Coluna Meio Ambiente : Estudo em morros do Sudeste encontra espcies resistentes ao calor
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Enviado por alexandre em 18/05/2025 14:34:29 |
Estudo em morros do Sudeste encontra espcies resistentes ao calor Foto: Dayvid R. Couto/Divulgao 4276c Elas podem ser usadas em projetos de restaurao florestal Um estudo realizado em quatro inselbergs (afloramentos rochosos) do estado do Esprito Santo, na regio Sudeste do Brasil, identificou 26 espcies de plantas lenhosas, com grande capacidade de enfrentar a escassez de gua, poucos nutrientes e temperatura elevada. O levantamento - feito por cinco pesquisadores brasileiros - pioneiro para esse tipo de vegetao em inselbergs da Mata Atlntica. A pesquisa foi realizada com 300 elementos dessas 26 espcies, entre rvores, arbustos e palmeiras, entre elas duas espcies endmicas de inselbergs deste bioma: Pseudobombax petropolitanum (paineira-das-pedras) e a Wunderlichia azulensis (rvore da famlia dos girassis), ambas ameaadas de extino. Entre as constataes do estudo est a capacidade de armazenamento de carbono, que se relaciona com a expectativa de vida da planta e sua taxa de crescimento anual, afinal os vegetais absorvem dixido de carbono da atmosfera para se alimentar. Com o CO2, as plantas podem produzir energia para elas e, principalmente, ganhar biomassa (ou seja, crescer). Veja tambm  No Dia Mundial da Reciclagem, Cosama destaca compromisso com o meio ambiente Desmatamento em Unidades de Conservao cai 42,5% em 2024 “Sabemos que algumas espcies apresentam grande longevidade, como a paineira-das-pedras, que, em alguns casos, atinge 16 metros de altura e 116 centmetros de dimetro - algo surpreendente, considerando que a espcie cresce diretamente sobre rochas expostas”, afirma o pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlntica (INMA) Dayvid Couto. Para ele, esse foi o primeiro estudo no mundo a estimar a biomassa e carbono das plantas lenhosas de inselbergs. Mas, para descobrir o potencial real de sequestro de carbono dessas comunidades vegetais, seria preciso aprofundar os estudos, pesquisando, por exemplo, o tempo de vida, sua velocidade de crescimento e a biomassa e carbono estocados na raiz.  Foto:Dayvid R. Couto/Divulgao “Sem essas respostas, difcil fazer estimativas do potencial de sequestro de carbono. Essas questes sero monitoradas e avaliadas em estudos futuros que a equipe pretende desenvolver a depender de financiamento. Isso permitir obter dados robustos sobre o potencial de carbono fixado anualmente por essa vegetao, por exemplo”, avalia. Apesar disso, sabe-se que as plantas lenhosas de inselbergs podem armazenar entre 14 e 48 toneladas de carbono por hectare apenas na biomassa area (sem considerar as razes), valor equivalente ao das florestas estacionais que crescem no entorno dos inselbergs do sul do Esprito Santo. Mas, em um contexto de mudanas climticas, o potencial de sequestro de carbono no a nica contribuio que o conhecimento dessa vegetao pode trazer ao ambiente. Por terem serem afloramentos rochosos, os inselbergs acumulam pouco solo e, consequentemente, poucos nutrientes e gua, alm de estarem sujeitos alta exposio solar. “As espcies que vivem nos inselbergs possuem adaptaes importantes que lhes conferem maior resistncia a condies extremas, como solos rasos, alta exposio solar e escassez de gua e nutrientes. Algumas dessas adaptaes incluem razes tuberosas, que armazenam gua, e folhas caduciflias, que caem durante os perodos mais secos para reduzir a perda hdrica”, explica o estudioso. Por sua grande resistncia a adversidades, tais espcies podem tornar projetos de restaurao florestal mais eficientes, especialmente em reas sujeitas minerao, atividade econmica que uma ameaa aos prprios inselbergs capixabas. “Muitas das espcies lenhosas inventariadas so bem adaptadas a essas condies desafiadoras. Por isso, elas se mostram promissoras para uso em projetos de restaurao de reas degradadas pela minerao de rochas ornamentais”, explica Dayvid Couto. Acrescenta que “a indstria de rochas ornamentais uma das atividades econmicas mais relevantes no Esprito Santo. No entanto, os impactos profundos que essa atividade causa na biodiversidade dos inselbergs tm sido amplamente negligenciados”. Segundo ele, “esses ecossistemas abrigam um nmero expressivo de espcies vegetais, muitas delas endmicas e ameaadas de extino. “Restaurar as funes ecolgicas e as interaes biticas nesses ambientes aps a minerao um desafio imenso para a cincia. Nosso estudo evidencia lacunas importantes de conhecimento e refora a necessidade de investimentos em pesquisas voltadas especificamente para esse tipo de ambiente. A partir desses dados, possvel buscar solues mais sustentveis e inovadoras, capazes de transformar essa indstria em um modelo de responsabilidade socioambiental”, explica. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS noFacebook,Twittere noInstagram Entre no nosso Grupo deWhatApp,CanaleTelegram O levantamento identificou que 17 das 26 espcies que no constavam em um inventrio da flora de inselbergs da Regio Sudeste do Brasil, realizado recentemente, o que mostra que ainda h muito a se conhecer em relao diversidade vegetal desses ambientes. Fonte: Agncia Brasil LEIA MAIS |
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Coluna Meio Ambiente : Ibama intensifica combate pesca ilegal na RDS Piagau-Purus
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Enviado por alexandre em 13/05/2025 10:56:15 |
Ibama intensifica combate pesca ilegal na RDS Piagau-Purus Foto: Reproduo 464e A iniciativa visa combater o transporte ilegal de pescado e caa na regio Desde meados se abril, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama), em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas e o Batalho de Policiamento Ambiental, realiza a Operao Gaspar I na Reserva de Desenvolvimento Sustentvel (RDS) Piagau-Purus. A iniciativa visa combater o transporte ilegal de pescado e caa na regio, garantindo a preservao da biodiversidade e dos recursos naturais. Localizada no baixo Rio Purus, a RDS Piagau-Purus abrange partes dos municpios de Beruri (27,8%), Anori (39,7%), Tapau (30,7%) e Coari (1,75%), totalizando aproximadamente 1 milho de hectares. Composta por ecossistemas de vrzea e terra firme, a rea estratgica para a conservao ambiental. Veja tambm  Alerta de desmatamento cresce e pressiona ao do governo Polcias resgatam 667 pssaros que seriam vendidos ilegalmente em feiras da regio dos Lagos e So Gonalo Durante a operao, as equipes fiscalizaram embarcaes e flutuantes, alm de abordarem suspeitos de envolvimento com atividades ilegais. Como resultado, foram emitidos 15 autos de infrao, somando R$ 464.260,00 em multas ambientais. Mais de 4 toneladas de pescado ilegal foram apreendidas, sendo cerca de 3 toneladas de pirarucu, espcie protegida e listada na Conveno sobre Comrcio Internacional de Espcies da Fauna e Flora Selvagens Ameaadas de Extino (CITES). A pesca do pirarucu permitida apenas sob manejo sustentvel autorizado pelo Ibama.  Foto: Reproduo Como forma de reverter os impactos da pesca ilegal e beneficiar a populao local, todo o pescado apreendido foi doado comunidade. A medida refora o compromisso das autoridades com a conservao ambiental e o combate a crimes ambientais que ameaam a biodiversidade amaznica. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS noFacebook,Twittere noInstagram Entre no nosso Grupo deWhatApp,CanaleTelegram A atuao conjunta entre os rgos envolvidos essencial para garantir a sustentabilidade e o equilbrio ecolgico da RDS Piagau-Purus, demonstrando que aes rigorosas e coordenadas so fundamentais para a proteo da Amaznia. "As Unidades de Conservao protegem nosso patrimnio e nossos projetos de sustentabilidade por isso nos planejannos para colaborar na sua preservao", So palavras do Superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Arajo (@joelaraujoam). Fonte: O Eco LEIA MAIS
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Coluna Meio Ambiente : Alerta de desmatamento cresce e pressiona ao do governo
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Enviado por alexandre em 12/05/2025 10:16:52 |
Alerta de desmatamento cresce e pressiona ao do governo Foto: Reproduo 464e Apesar do acumulado entre agosto do ano ado e abril desse ano apontar queda de 5% no desmatamento na Amaznia, o aumento registrado no ltimo ms est mobilizando as autoridades do governo federal. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontou uma tendncia de aumento do desmatamento na Amaznia, a partir dos alertas do Sistema de Deteco do Desmatamento em Tempo Real (Deter), disponvel na plataforma TerraBrasilis. Segundo os dados apresentados nessa quinta-feira, 8, o ms de abril teve aumento de 55% nos alertas de supresso florestal, na comparao com abril de 2024. Apesar do acumulado entre agosto do ano ado e abril desse ano apontar queda de 5% no desmatamento na Amaznia, o aumento registrado no ltimo ms est mobilizando as autoridades do governo federal. “Ns estamos identificando uma possvel reverso na curva de queda do desmatamento. E o ms de abril chama ateno porque foi um aumento significativo em relao srie que vnhamos tendo. Ento, [houve] uma reunio da comisso interministerial [de controle e combate ao desmatamento] para conhecer esses nmeros em detalhe e convocar o conjunto dos rgos para, nos prximos dias, temos a cerca de duas semanas, segundo combinamos, para organizar e reajustar as medidas, identificando os principais focos onde isso ocorreu, onde esto concentrados, quais so os principais vetores e fazer os ajustes para manter o desmatamento em queda”, apontou o secretrio-executivo do Ministrio do Meio Ambiente e Mudana do Clima (MMA), Joo Paulo Capobianco, em entrevista imprensa. “O objetivo chegar em 31 de julho com o desmatamento em queda em relao ao ano anterior”, acrescentou. Veja tambm  Polcias resgatam 667 pssaros que seriam vendidos ilegalmente em feiras da regio dos Lagos e So Gonalo Lula desembarca na China de olho em oportunidades de negcios De acordo com o Inpe, a maior parte dos alertas de desmatamento recente ocorreram em reas do Amazonas, Mato Grosso e Par. Antes desse repique de alta, a queda no desmatamento, entre janeiro e abril deste ano, j vinha mostrando desacelerao, caindo apenas 1%. J em relao ao acumulado dos ltimos anos, na comparao entre 2024 e 2022, a queda do desmatamento chega a 45,7%. “O nosso compromisso termos uma queda consistente e duradoura do desmatamento”, destacou a ministra Marina Silva, ao ressaltar o envolvimento de 19 ministrios na coordenao de esforos para monitorar o aumento do desmatamento pelas prximas semanas. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS noFacebook,Twittere noInstagram Entre no nosso Grupo deWhatApp,CanaleTelegram “A gente no quer esperar fechar a taxa anual com um pouquinho mais de desmatamento para poder reavaliar e ver o que preciso fazer no ano seguinte. Como a gente tem essa ferramenta, que nos permite identificar tendncias, ns identificamos que estamos ainda com um saldo positivo, estabilizou nos ltimos quatro meses teve um pequeno pico em abril. Pode ser apenas um pico que se reverte no ms seguinte, mas pode no ser”, observou o secretrio extraordinrio de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do MMA, Andr Lima. Fonte: Revista Cenarium LEIA MAIS
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Coluna Meio Ambiente : rea queimada no Brasil em 2024 equivale ao territrio da Itlia
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Enviado por alexandre em 09/05/2025 10:24:16 |
rea queimada no Brasil em 2024 equivale ao territrio da Itlia Foto: Reproduo 464e Grande parte dos incndios foi causada por atividades criminosas A extenso dos incndios foi agravada por uma seca severa, especialmente na Regio Norte, a partir de uma combinao entre os efeitos do fenmeno El Nio e o aquecimento das guas do Atlntico Norte. "Com a seca na Amaznia, a floresta fica mais vulnervel, e a os incndios foram de magnitude muito maior", explicou o secretrio extraordinrio de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministrio do Meio Ambiente e Mudana do Clima, Andr Lima.As queimadas no Brasil em 2024 atingiram uma rea 79% maior do que o ano anterior, em cerca de 30 milhes de hectares, de acordo com dados do MapBiomas, uma rede colaborativa de ONGs, universidades e empresas especializadas. Como comparao, a regio devastada ultraa o tamanho do territrio da Itlia. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renovveis (Ibama), grande parte dos incndios florestais foi causada por atividades criminosas. O rgo multou 242 pessoas por crimes ambientais relacionados s queimadas. Veja tambm  Ibama multa 242 pessoas por incndios criminosos em 2024 Prefeitura de Manaus refora importncia do Bosque da Cincia para o turismo de natureza na capital "O Ibama identificou e est punindo 242 pessoas por conta desses grandes incndios criminosos em 2024. Outros casos ainda esto sob anlise. Esses 242 incluem multas e outras medidas istrativas que somam mais de R$ 460 milhes", afirmou nesta quinta-feira (8) o diretor de Proteo Ambiental da autarquia, Jair Schmitt, em coletiva de imprensa para apresentar dados sobre desmatamento e incndios nos primeiros meses de 2025. Segundo o secretrio, no ano de 2025 j se observa reduo de incndios nos dois biomas mais castigados nos ltimos anos: queda de at 70% nos focos de calor da Amaznia, entre janeiro e abril, e de mais de 90% no Pantanal. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS noFacebook,Twittere noInstagram. Entre no nosso Grupo deWhatApp,CanaleTelegram Apesar da situao climtica mais favorvel, o governo verificou um aumento dos focos de desmatamento tanto na Amaznia quanto no Cerrado no ltimo ms de abril, o que acendeu um alerta para adoo de medidas que possam reverter o cenrio. Fonte: Portal IG LEIA MAIS |
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Coluna Meio Ambiente : Atlas da Amaznia Brasileira contribui com desconstruo de esteretipos
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Enviado por alexandre em 06/05/2025 10:59:10 |
Atlas da Amaznia Brasileira contribui com desconstruo de esteretipos Foto: Reproduo 464e Entre os 58 autores e autoras, esto 19 indgenas, cinco quilombolas e dois ribeirinhos O Atlas da Amaznia Brasileira foi lanado nesta segunda-feira, 5, pela Fundao Heinrich Bll no Brasil, e busca desconstruir esteretipos da regio com um contedo que contribui para uma mudana urgente de perspectiva, para que pessoas do Pas e do mundo possam conhecer a Amaznia novamente, desta vez sob a perspectiva dos diversos habitantes da regio. Trata-se de uma publicao indita com 32 artigos que abordam os desafios, os saberes e as potncias da maior floresta tropical do planeta. A iniciativa busca ampliar o debate sobre justia climtica e territorial em um ano marcado pela realizao da COP30 na Amaznia brasileira. Entre os 58 autores e autoras, esto 19 indgenas, cinco quilombolas e dois ribeirinhos. Para o coordenador da rea de Justia Socioambiental da Fundao Heinrich Bll no Brasil e co-organizador do atlas, existe uma viso de que a Amaznia s floresta, mas existe uma riqueza singular na regio que muitas vezes fica invisibilizada. Veja tambm  Sema apoia operao de apreenso de quatro toneladas de pescado ilegal na RDS Piagau-Purus Manaus e Santo Antnio do Ia: Pescadores artesanais solicitam R$ 811,9 mil em crdito rural “A gente mal sabe que 75% da populao da Amaznia urbana. Tem povos e comunidades que h muito tempo trabalham na relao com a natureza, com formas de proteo e preservao ambiental com a construo de um bem viver cada vez mais sustentvel. preciso colocar quem est nos territrios para ter um papel de protagonista nesses debates.” Segundo da Fundao, entre 2019 e 2022, a Amaznia registrou recordes de desmatamento (principalmente para abertura de pastagem para criao de gado); o garimpo ilegal em reas protegidas (principalmente em terras indgenas da regio amaznica) cresceu em 90%; e cidados estimulados pelo avano da extrema direita se armaram – entre 2018 e 2022 o nmero de pessoas com registro de armas na Amaznia Ocidental aumentou 1.020%. Ao mesmo tempo, em 2022 a Amaznia reuniu mais de um quinto dos assassinatos de defensores do meio ambiente em todo o mundo: foram 39 ativistas assassinados na regio naquele ano. CRISES Em 2023, o mundo teve o s cenas da crise humanitria vivida pelo povo indgena Yanomami, cujo territrio, nos anos anteriores, foi tomado pela atividade garimpeira ilegal. No mesmo ano, a Amaznia foi assolada por uma intensa crise climtica, com secas extremas e rios alcanando os mais baixos nveis j registrados, o que, alm da morte de animais, impactou sua extensa infraestrutura fluvial, levando escassez de gua potvel e alimentos, alm da dificuldade de o a aparelhos pblicos. Os danos no foram totalmente superados e outra seca atingiu a regio em 2024. No mesmo ano, o bioma amaznico concentrou o maior nmero de focos de incndio dos 17 anos anteriores, e o impacto da fumaa na qualidade do ar prejudicou a sade de milhares de pessoas – sendo transportada pela atmosfera para outros estados das regies Centro Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Outros biomas que compem a Amaznia Legal, como o Pantanal e o Cerrado, tambm atingiram recordes de queimadas.  Foto: Reproduo Assim, na avaliao da fundao, os ltimos anos parecem ter desenhado um futuro sombrio para a Amaznia e sua populao, seja pelos impactos do colapso climtico na regio, seja pelas disputas polticas que ditam no apenas o ritmo da intensificao de crimes ambientais (cada vez mais organizados pelas faces do trfico de drogas nos territrios), mas os interesses econmicos que orientam grandes projetos para a regio. “Em contrapartida, a Amaznia territrio de uma efervescente mobilizao de movimentos sociais, coletivos e organizaes socioambientais que tm se tornado linha de frente das discusses envolvendo tanto a gesto territorial regional, quanto a agenda climtica global”, diz a fundao. “Essa mobilizao envolve a valorizao dos modelos de pensamento dos povos e comunidades, que constroem relaes com o territrio e seus seres bastante distintas daquelas que guiam os setores responsveis pelo iminente colapso climtico”, afirma. CRIME ORGANIZADO No artigo Crime Organizado, os autores Aiala Colares Couto (professor e pesquisador na rea de geografia da Universidade do Estado do Par – UEPA) e Regine Schnenberg (Fundao Heinrich Bll) traam as dinmicas das faces criminosas na regio amaznica. Segundo eles, importantes rotas do trfico de drogas am pela Amaznia brasileira e controlar essas rotas e os mercados locais se tornou o objetivo das faces. Com a profissionalizao do narcotrfico e sua relao com os crimes ambientais, a regio vive um processo de interiorizao da violncia. “Estudos apontam que, desde os anos de 1980, a bacia amaznica utilizada pelo crime organizado. Na poca, como um importante corredor para o escoamento de cocana que entrava pelas fronteiras do Brasil com os pases andinos, principalmente Bolvia, Colmbia e Peru, que at hoje se destacam como os maiores produtores de cocana do mundo”, dizem os autores. De acordo com Aiala e Regine, faces criminosas que antes atuavam na Regio Sudeste aram a ter mais presena na Amaznia, tais como, o Primeiro Comando da Capital (PCC), de So Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro. Alm disso, faces regionais aram a se organizar na regio instituindo relaes de poder e controle dos territrios, a exemplo da Famlia do Norte (FDN) do Amazonas e Comando Classe A (CCA) do Par, fazendo alianas e enfrentamento aos grupos faccionais no-regionais, algo que contribuiu de forma significativa para os conflitos violentos na Amaznia. Segundo os autores, a relao entre o narcotrfico e os crimes ambientais se d por meio de atividades ilegais como explorao ilegal de madeira, contrabando de minrios (mangans e cassiterita) e grilagem de terras. Essas atividades vm sendo financiadas pelo crime organizado nos ltimos anos, principalmente como estratgia de lavagem de dinheiro. “Em relao ameaa aos territrios indgenas, destacam-se a expanso do garimpo ilegal do ouro e a invaso desses territrios por integrantes de faces criminosas, aliciando jovens indgenas e alterando o cotidiano das comunidades”, dizem os pesquisadores, que alertam para o alcance desse impacto. “Tambm se enfatiza a aproximao a esses povos gerada pelos vrios meios de transporte das drogas, seja via estradas prximas ou interligadas s Terras Indgenas, pelos rios que se conectam a elas ou pela utilizao de aeronaves que pousam em pistas clandestinas construdas ilegalmente nas reas protegidas.” Nascido no quilombo de Menino Jesus de Pitimandeua, no municpio de Inhangapi, no Par, o pesquisador Aiala diz que h uma dificuldade na ao do Estado no que diz respeito agilidade do processo de interveno no combate ao crime organizado. “O crime organizado no a por processos burocrticos para agir. A agilidade do crime organizado em suas mltiplas conexes acaba se sobrepondo s aes governamentais que dependem de recursos financeiros e da desburocratizao por parte do governo”. A FUNDAO A Fundao Heinrich Bll uma organizao poltica alem presente em mais de 42 pases. Promover dilogos pela democracia e garantir os direitos humanos; atuar em defesa da justia socioambiental; defender os direitos das mulheres e se posicionar como antirracista so valores que impulsionam as ideias e aes da fundao. Curtiu? Siga o PORTAL DO ZACARIAS noFacebook,Twittere noInstagram Entre no nosso Grupo deWhatApp,CanaleTelegram No Brasil, a Fundao apoia projetos de diversas organizaes da sociedade civil, organiza debates e produz publicaes gratuitas. No campo da justia socioambiental, busca fortalecer o debate pblico que alie a defesa do meio ambiente garantia dos direitos dos povos do campo e da floresta. A fundao completa 25 anos de atuao no Brasil. Fonte: Revista Cenarium LEIA MAIS
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