Mais Notcias : Nova diretriz para tratamento da obesidade inclui 35 recomendaes
Enviado por alexandre em 05/06/2025 00:51:36

Sedentarismo e obesidadee
Obesidade exige cuidados contnuos e uso adequado de medicamentos (Foto: Ginecomastia.org/ Divulgao)
Por Sana Cristina Campos, da Agncia Brasil 4g4367

RIO DE JANEIRO – A Abeso (Associao Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Sndrome Metablica) apresentou a nova Diretriz Brasileira para o Tratamento Farmacolgico da Obesidade.

Segundo a associao, odocumento representa um marco para a prtica clnica no pas ao reconhecer a obesidade como uma doena crnica que requer cuidado contnuo e abordagem individualizada.

Com 35 recomendaes, a diretriz orienta mdicos, gestores de sade e profissionais de diferentes especialidades sobre o uso adequado de medicamentos, sempre em conjunto com mudanas no estilo de vida.

“ uma mudana de paradigma. O objetivo no mais apenas normalizar o peso, mas sim promover sade, funcionalidade e qualidade de vida com metas possveis e sustentveis”, explica o endocrinologista Bruno Halpern, vice-presidente da Abeso.

Uma das principais propostas adotar metas mais realistas e clinicamente relevantes, como a perda de ao menos 10% do peso corporal, com foco na melhoria de comorbidadescomo diabetes tipo 2, hipertenso, apneia do sono, osteoartrose e doena heptica associada disfuno metablica.

Ao contrrio de abordagens anteriores, que miravam a normalizao do ndice de Massa Corporal (IMC), anova diretriz prioriza a funcionalidade, a qualidade de vida e a individualizao do tratamento.

Segundo o endocrinologista Fernando Gerchman, coordenador do grupo de trabalhos para elaborao da diretriz farmacolgica, este umguia clnico construdo com base em evidncias e voltado realidade brasileira, que respeita a individualidade do paciente e valoriza a deciso compartilhada.

“A diretriz anterior de 2016. De l para c foram lanadas trs novas medicaes para obesidade no Brasil: liraglutida, que o Saxenda; o Contrave e o Wegovy que igual ao Ozempic mas na dose da obesidade que 2,4mg. E agora vem o Monjauro”, esclarece Gerchman.


“A primeira coisa que ns trabalhamos foi tentar entender qual o impacto de associar mudanas de estilo de vida com educao fsica e dieta ao impacto do uso das medicaes de obesidade”, disse Gerchman.

De acordo com o mdico, as medicaes so indicadas para quem tem IMC acima de 27 com alguma comorbidade, por exemplo, doenas cardiovascular, hipertenso, diabetes, doena heptica gordurosa e IMC acima de 30, aps ter tentado mudana no estilo de vida e no ter dado certo.

“A gente mudou esse conceito. A gente tem indicado medicaes para obesidade antes de mudanas no estilo de vida em deciso compartilhada com o paciente. A gente leva em considerao no s o IMC mas medidas de adiposidade corporal excessiva”, afirmou Gerchman.

Tratamento 5e1e4q

As medicaes foram categorizadas de acordo com o perfil de eficcia, segurana e durao do tratamento.

Alm disso, considerou-se tambm a possibilidade do usooff-label– que o uso de uma medio que no foi especificamente aprovada para obesidade, mas que pode ser utilizada para esse fim com base em evidncias clnicas e pesquisas que demonstrem eficcia e segurana.

“O uso dessa estratgia deve ser individualizado, levando em conta fatores como a sade geral do paciente, a presena de comorbidades e a resposta prvia ao tratamento. Alm de considerar a segurana, a tolerabilidade e a questo do custo”, afirmou o coordenador do Departamento de Farmacoterapia da Abeso, Marcio Mancini.

Estilo de vida 1u5w15

O documento estabelece que o tratamento com medicaes deve ser associado, desde o incio, s mudanas no estilo de vidae que os medicamentos com alta ou moderada eficcia – como semaglutida, tirzepatida e liraglutida – devem ser priorizados quando disponveis.

“Esses frmacos demonstraram benefcios significativos em grandes ensaios clnicos. A semaglutida, por exemplo, reduziu em 20% os eventos cardiovasculares em pacientes com obesidade e histrico de doena cardaca. J a tirzepatida mostrou, em estudo com pessoas com pr-diabetes, uma reduo de 99% na incidncia de diabetes tipo 2”, afirmou o diretor da Abeso, Alexandre Hohl.

A diretriz tambm recomenda que as decises sobre o tratamento da obesidade devem levar em considerao fentipos alimentares, como padres de comportamento alimentar e as preferncias dos indivduos, dando ateno a fatores genticos, psicolgicos, sociais e ambientais e outras caractersticas individuais dos pacientes.

“Identificamos que, ao classificar pacientes com base em comportamentos alimentares, conseguimos oferecer um tratamento mais direcionado e eficaz”, disse Gerchman.

Outro ponto do novo documento o reconhecimento de grupos especficos que demandam ateno diferenciada, como idosos com sarcopenia (perda de massa muscular), pessoas com cncer relacionado obesidade e indivduos com insuficincia cardaca.

Nesses casos, o tratamento da obesidade pode no apenas melhorar a qualidade de vida, mas ampliar a eficcia de outras terapias e reduzir complicaes.

A diretriz tambm contraindica frmulas com substncias no validadas ou potencialmente perigosas, como diurticos e hormnios, e alerta que o tratamento da obesidade deve ser contnuo.

“O que os estudos mostram que, quando o medicamento interrompido, o peso volta. A diretriz reconhece isso e recomenda a manuteno teraputica com reavaliao constante”, explica o Marcio Mancini.

Destaques da diretriz: 4551v

  • tratamento deve ser contnuo e individualizado: perda de peso de pelo menos 10% considerada um alvo clnico relevante, com foco na melhora de comorbidades e qualidade de vida;
  • incluso de novos critrios de diagnstico: o documento recomenda o tratamento de pacientes com complicaes relacionadas obesidade mesmo com IMC abaixo de 30, considerando medidas como circunferncia da cintura e relao cintura/altura;
  • reconhecimento da sarcopenia e de grupos especficos: pacientes idosos, pessoas com obesidade sarcopnica, apneia do sono, osteoartrose e doena heptica associada obesidade agora tm recomendaes especficas.

Segundo a Abeso, a diretriz foi construda com base nas melhores evidncias cientficas disponveis e em consenso com 15 sociedades mdicas.

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