A Polcia sempre de tudo culpada. (Archimedes Marques)
Estamos a viver em uma sociedade cada vez mais exigente quanto aos seus direitos e cada vez mais intransigente quanto aos direitos e deveres dos policiais. A frase popular de autor desconhecido sempre vivenciada tristemente por todas as Policias do Brasil: Quando algum est em perigo, pensa em Deus e clama pela polcia. ado o perigo, se esquece de Deus e execra a polcia. dentro deste contexto que a Policia termina levando desvantagem em tudo, sendo considerada culpada por aquilo que fez, pelo que no fez, pelo que poderia fazer ou pelo que no pode fazer. O povo ainda no entendeu que a Polcia s pode prender em flagrante delito ou por ordem judicial. Se a Polcia no consegue prender um marginal qualquer numa dessas duas condies incompetente. Se fora do flagrante e sem mandado judicial no prende o criminoso, ento compactua com o crime ou protege o marginal. Se uma representao feita pela Polcia Judiciria, solicitando a priso preventiva para determinado criminoso demora a sair ou indeferida pela Justia, a culpada a Polcia que no soube arrecadar provas suficientes para sustentar o pedido. Se um delinquente contumaz em crimes de ao privada e nunca fora denunciado pelas suas vtimas para o devido processo criminal, por medo ou por outro motivo qualquer, a culpada a Polcia que no o prende e pe fim s suas atividades criminosas. Se a Polcia hoje prende e a Justia amanh solta, a culpada a Polcia que no soube fazer o Inqurito ou deixou falhas para a defesa do marginal. Se um bandido morto durante um confronto com a Policia, os culpados sempre so os policiais que no tiveram competncia para prend-lo. Se nessa mesma ao a Polcia consegue prender o criminoso, taxada de fraca, medrosa, covarde, pois o certo era matar o delinquente. Se a Polcia diz que houve troca de tiros em uma ao, logo taxada de mentirosa e assassina, pois o marginal sequer estava armado, plantaram uma arma em sua mo, ou se estava, o perseguido era apenas um delinqente eventual no perigoso, fruto da injustia social e no teria coragem para reagir a uma ordem de priso. Se o policial morre em combate com o marginal no teve o cuidado que deveria ter, foi inconseqente ou queria aparecer, ser heri. Se o policial a a se proteger ou tem cuidado necessrio para no ser ferido um covarde que treme de medo ao confronto com os bandidos. Se em tumulto a Polcia age com rigor para manter a ordem pblica, truculenta, arbitrria e violenta. Se no age com rigor fraca e sonolenta, ao o que, estando presente na hora do fato cmplice e, se ausente omissa. Se a Polcia revista um suspeito, desrespeita o direito constitucional de liberdade do cidado e, se no revista conivente com o crime ou compactua com a marginalidade. Quando a Polcia pratica excelentes aes preventivas em prol da sociedade ou investigaes perfeitas, apenas est cumprindo a sua obrigao e, quando tais aes no surtem os efeitos desejados, no a de um Polcia incompetente e ineficiente. Dos atos criminosos que geram as aes da Polcia sempre restam os Direitos Humanos para os marginais, de quando em vez para as suas vtimas e nunca para os policiais. Ser policial no Brasil com pssimos salrios, mais que sobreviver a misria, um exerccio de bravura, risco permanente sem o apoio moral e institucional, sem reconhecimento estatal ou da sociedade, padecendo do abandono, da discriminao, da injustia, da indignidade... A trajetria do policial realmente diferente de todas, pois alm de tudo, quando ele acerta com os seus atos de bravura logo ningum se lembra, mas, quando erra ningum se esquece.
Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Ps-Graduado em Gesto Estratgica de Segurana Pblica pela UFS) - [email protected] -
A Polcia sempre de tudo culpada. (Archimedes Marques)
Estamos a viver em uma sociedade cada vez mais exigente quanto aos seus direitos e cada vez mais intransigente quanto aos direitos e deveres dos policiais. A frase popular de autor desconhecido sempre vivenciada tristemente por todas as Policias do Brasil: Quando algum est em perigo, pensa em Deus e clama pela polcia. ado o perigo, se esquece de Deus e execra a polcia. dentro deste contexto que a Policia termina levando desvantagem em tudo, sendo considerada culpada por aquilo que fez, pelo que no fez, pelo que poderia fazer ou pelo que no pode fazer. O povo ainda no entendeu que a Polcia s pode prender em flagrante delito ou por ordem judicial. Se a Polcia no consegue prender um marginal qualquer numa dessas duas condies incompetente. Se fora do flagrante e sem mandado judicial no prende o criminoso, ento compactua com o crime ou protege o marginal. Se uma representao feita pela Polcia Judiciria, solicitando a priso preventiva para determinado criminoso demora a sair ou indeferida pela Justia, a culpada a Polcia que no soube arrecadar provas suficientes para sustentar o pedido. Se um delinquente contumaz em crimes de ao privada e nunca fora denunciado pelas suas vtimas para o devido processo criminal, por medo ou por outro motivo qualquer, a culpada a Polcia que no o prende e pe fim s suas atividades criminosas. Se a Polcia hoje prende e a Justia amanh solta, a culpada a Polcia que no soube fazer o Inqurito ou deixou falhas para a defesa do marginal. Se um bandido morto durante um confronto com a Policia, os culpados sempre so os policiais que no tiveram competncia para prend-lo. Se nessa mesma ao a Polcia consegue prender o criminoso, taxada de fraca, medrosa, covarde, pois o certo era matar o delinquente. Se a Polcia diz que houve troca de tiros em uma ao, logo taxada de mentirosa e assassina, pois o marginal sequer estava armado, plantaram uma arma em sua mo, ou se estava, o perseguido era apenas um delinqente eventual no perigoso, fruto da injustia social e no teria coragem para reagir a uma ordem de priso. Se o policial morre em combate com o marginal no teve o cuidado que deveria ter, foi inconseqente ou queria aparecer, ser heri. Se o policial a a se proteger ou tem cuidado necessrio para no ser ferido um covarde que treme de medo ao confronto com os bandidos. Se em tumulto a Polcia age com rigor para manter a ordem pblica, truculenta, arbitrria e violenta. Se no age com rigor fraca e sonolenta, ao o que, estando presente na hora do fato cmplice e, se ausente omissa. Se a Polcia revista um suspeito, desrespeita o direito constitucional de liberdade do cidado e, se no revista conivente com o crime ou compactua com a marginalidade. Quando a Polcia pratica excelentes aes preventivas em prol da sociedade ou investigaes perfeitas, apenas est cumprindo a sua obrigao e, quando tais aes no surtem os efeitos desejados, no a de um Polcia incompetente e ineficiente. Dos atos criminosos que geram as aes da Polcia sempre restam os Direitos Humanos para os marginais, de quando em vez para as suas vtimas e nunca para os policiais. Ser policial no Brasil com pssimos salrios, mais que sobreviver a misria, um exerccio de bravura, risco permanente sem o apoio moral e institucional, sem reconhecimento estatal ou da sociedade, padecendo do abandono, da discriminao, da injustia, da indignidade... A trajetria do policial realmente diferente de todas, pois alm de tudo, quando ele acerta com os seus atos de bravura logo ningum se lembra, mas, quando erra ningum se esquece.
Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Ps-Graduado em Gesto Estratgica de Segurana Pblica pela UFS) - [email protected] -
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