Erupes solares esto reduzindo a vida til de milhares de satlites que orbitam a Terra, em especial dos 7 mil aparelhos Starlink, da SpaceX – empresa do bilionrio Elon Musk.
A quantidade indita de satlites lanados na atmosfera e o pico de atividade solar severa observado em 2024 levaram a uma reentrada recorde de equipamentos espaciais na atmosfera terrestre.
Os achados so de Denny Oliveira, pesquisador do Centro de Voos Espaciais Goddard da Nasa, e da Universidade de Maryland, e foram divulgados pelo site de notcias cientficas New Scientist.
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Segundo a pesquisa de Oliveira, isso acontece porque, a cada 11 anos, o Sol a por um perodo de atividade intensa conhecido como mximo solar.
Durante estas fases, as erupes solares se intensificam e podem desencadear tempestades geomagnticas, causadas pela interao de partculas solares – as chamadas ejees de massa coronal – com o campo magntico da Terra.
Estes distrbios j so conhecidos por levar a auroras boreais intensas e falhas em sistemas de comunicao via rdio.
Em maio de 2024, a maior tempestade solar em 20 anos foi registrada por aparelhos geofsicos de todo mundo, provocando auroras boreais incomuns em regies da Europa e at a ocorrncia de raras auroras austrais na Argentina e no Chile.
Alm disso, as tempestades solares tambm aquecem e expandem a atmosfera, aumentando a resistncia enfrentada pelos satlites em rbita, diminuindo sua vida til mais rapidamente do que o esperado.
“Descobrimos que, quando temos tempestades geomagnticas, os satlites reentram mais rpido do que o previsto”, explicou Oliveira New Scientist. Durante o mximo solar, segundo a publicao cientfica, a vida til de um satlite pode ser reduzida de 15 para at 5 dias.
O estudo indica que, apesar do efeito das erupes solares j ser conhecido, seu impacto sobre equipamentos em rbita ficou mais evidente devido ao mximo solar de 2024 ter sido o primeiro contemporneo ao boom de satlites lanados pela SpaceX. A empresa prev manter at 30 mil equipamentos Starlink em rbita simultaneamente no futuro.
“ a primeira vez na histria que temos tantos satlites reentrando ao mesmo tempo”, observa Oliveira. Entre 2020 e 2024, foram rastreados 523 satlites Starlink voltando atmosfera terrestre, todos projetados para se desintegrar completamente durante o processo.
J durante eventos geomagnticos severos mais recentes, 37 satlites da SpaceX que estavam em rbitas inferiores a 300 quilmetros reentraram apenas cinco dias aps serem lanados.
A expectativa, segundo ele, que em alguns anos haver satlites voltando atmosfera diariamente.
Essa acelerao no processo tem pontos positivos e negativos, explicou New Scientist Sean Elvidge, professor de Ambiente Espacial na Universidade de Birmingham. Por um lado, pode beneficiar os operadores ao remover mais rapidamente satlites inativos que poderiam representar risco de coliso. No entanto, limita a capacidade de operar satlites em rbitas muito baixas, abaixo dos 400 quilmetros.
Organizaes cientficas acusam outros impactos do lixo espacial resultante das megaconstelaes de satlites de curta durao lanados pela SpaceX.
Um estudo liderado pelo Instituto Holands de Radioastronomia (Astron), por exemplo, mostra que a radiao e o brilho emitido pelos aparelhos em rbita dificultam a observao astronmica.
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Tambm h um maior acmulo de partculas como o xido de alumnio — resultado da queima dos satlites na atmosfera — que pode ter efeitos ainda desconhecidos, mas potencialmente graves, sobre o clima terrestre.
Fonte: Metrpoles