Mas a atuao dos milicianos no se resume ao comrcio ilegal. Eles agem com violncia, matam quem atravessa o seu caminho 4u671
A violncia patrocinada por organizaes criminosas e confrontos com as polcias so rotineiras em algumas cidades brasileiras (Foto: Tnia Rgo/Agncia Brasil)
Em cinco dcadas, o crime organizado foi o negcio que mais cresceu no Brasil e atualmente atua como gua em esponja, ou seja, permeia todos os poros da sociedade. E no estamos falando de trfico de drogas, que atualmente parece ser o negcio menos lucrativo. O crime avana em todas as reas e os criminosos esto por toda a parte, infiltrados nos negcios, na poltica, na polcia e no sistema judicirio.
At o final da dcada de 1970, os criminosos mais perigosos no Brasil eram assaltantes de bancos e de lojas caras, como joalherias. Nas dcadas seguintes, o trfico de drogas comeou a ganhar corpo nas periferias das cidades, e, com uma estratgia que inclua o atendimento a necessidades bsicas da populao e uma sensao de proteo pelos chefes dos morros e favelas, o crime ganhou asas.
Por ser um negcio muito lucrativo, o trfico de drogas sempre atraiu o poder, principalmente da polcia, inicialmente, mas tambm de polticos, que usavam a boa relao com o crime organizado para se eleger. Era possvel, com o dinheiro do trfico, comprar de um tudo, at o alinhamento de membros do judicirio. No so poucos os casos em que magistrados foram afastados por envolvimento com o crime.
Mais recentemente, o Brasil assistiu exploso das milcias, organizaes criminosas formadas por agentes das polcias estaduais em atividade ou afastados por prtica criminosa. As milcias, diferente do trfico de drogas, que “ajudava” a comunidade, aram a obrigar os seus moradores a “comprar” seus servios e a ameaar quem se recusa a faz-lo.
A milcia comeou a dominar o comrcio de todos os segmentos, do gs internet, do po ao feijo, do aougue ao supermercado. Mas a atuao dos milicianos no se resume ao comrcio ilegal. Eles agem com violncia, matam quem atravessa o seu caminho.
O trfico de drogas sempre atraiu o poder, principalmente da polcia, inicialmente, mas tambm de polticos, que usavam a boa relao com o crime organizado para se eleger. Foto:internet
Aos poucos esses dois poderes paralelos, o trfico e as milcias entraram em processo de simbiose, e hoje quase impossvel diferenciar um do outro. So representados por faces criminosas com nomes bem conhecidos de toda a populao.
Essas organizaes criminosas ganharam fora e poder nos ltimos anos, e esto avanando tanto no campo econmico quanto no campo poltico. Em algumas cidades, so donas de postos de combustveis, empresas de nibus, redes de supermercados.
No campo da poltica, ficou muito evidente nas eleies municipais deste ano que o crime atua para eleger seus representantes nos parlamentos. Em alguns bairros ou guetos, nenhum candidato entra sem autorizao dos chefes dessas organizaes criminosas. Em Manaus, inmeros candidatos foram expulsos de determinadas comunidades e impedidos de fazer reunies de campanha.
No ado recente, no Amazonas, pelo menos dois secretrios de segurana chegaram a afirmar que o crime organizado est sempre frente do Estado, com armamento melhor do que o das polcias, com poder de organizao, com estrutura material.
Foi esse estado de coisas que levou o governo federal a formular uma PEC (Proposta de Emenda Constituio) da Segurana Pblica. Os governadores de partidos de oposio se recusaram a participar da reunio convocada pelo Palcio do Planalto para discutir a questo. Alguns governadores que foram reunio, de pronto, se posicionaram contra.
Uma PEC o pontap inicial de uma tarefa que o Estado e os Estados precisam assumir. O Congresso Nacional o espao privilegiado para discusso e votao, e l a proposta pode ser melhorada. O que a sociedade espera uma soluo para a situao a que o Brasil chegou. hora de unio de foras contra as foras do mal que querem dominar o pas.
No Amazonas, pelo menos dois secretrios de segurana chegaram a afirmar que o crime organizado est sempre frente do Estado, com armamento melhor do que o das polcias. Foto: internet
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